terça-feira, 6 de maio de 2014

Um amor de holofotes.


Eu nunca fui uma menina que gostasse de futebol, na verdade nunca gostei de nenhum esporte a não ser levantamento de livros ou algo parecido. Ta, essa parte foi brincadeira, mas é porque eu amo livros e acho que passei minha vida inteira lendo então não tinha muito tempo para televisão e na internet, bem eu só acesso sites sobre livros (resumidamente).
Hoje percebo que ler notícias sobre esporte (principalmente o futebol), poderia ter me livrado de uma situação um tanto constrangedora. Tudo bem, vou te contar essa história. Ela começou alguns meses antes da tal Copa do Mundo, que na época eu apenas sabia o básico sobre, sabia que os países são convocados e que disputam para ganhar uma tal de taça e um título de campeão do mundo. Ah e sabia também que o Brasil tinha ganhado cinco vezes. Acredito que apenas isso.

A alguns atrás eu estava na Itália, na linda e romântica Itália. Era a minha primeira vez naquele lugar mágico, fui para visitar minha madrinha Lia que estava morando lá a trabalho ia fazer um ano e faziam 6 meses que não a via, então ela me chamou para passar as férias da minha faculdade com ela. Ela me levou para conhecer lugares incríveis, como Milão, Florença, Palermo,Veneza, Turim, Pisa, Gênova, Roma e Nápoles. Em Roma ela me levou para conhecer não só o "Coliseu", como uma das fontes mais lindas e talvez emocionantes que já tinha visto, a "Fontana di Trevi".

Lia - "Aurora, ouviu o que eu disse ?"
Eu - "Desculpa Lia, eu estava numa parte crucial deste livro, no verdadeiro... ápice."
Lia - "Incrível como você está a cada dia mais parecida com a sua mãe, parece que nesses seis meses você amadureceu uns cinco anos. Enfim, amanhã vamos cedo para você conhecer um lugar lindo"
Eu - " E onde está localizado este lugar lindo?"
Lia - "Em Roma!" Ela disse sorrindo. "Vamos bem cedo para não correr o risco de ter muitos turistas"

No dia seguinte...

Eu - "Tem certeza que você quer me acordar ás 7 da manhã neste frio?"
Lia - " O frio não vai mudar, se você esperar isso não vai fazer nada as férias inteira."
Eu - "O que você acha sobre me acordar um pouco mais tarde, não ligo se estiver lotado, bom que vai estar mais quente e poderei fazer novas amizades."
Lia - "Já são 7:05 então vamos."
Levantei, me arrumei, pegamos nossas mochilas e fomos de táxi. O taxista não podia passar na rua em frente então nos deixou próxima e fomos andando até o local exato. Estávamos andando e conversando quando ela apontou para a nossa direita.
Lia - "Está vendo, é ali."
Comecei a andar mais rápido para ver de frente e ela me seguiu. Parei bem em frente, da onde eu pudesse ver tudo em apenas uma imagem.
Eu - "Que lindo. Preciso tirar umas fotos" Peguei minha câmera (minha outra paixão) e comecei a tirar muitas fotos.
Lia - "Me dê isto aqui e olhe pra mim, vou tirar uma foto sua."
Fiz uma cara de muito feliz e ela tirou.
Eu - "Qual o nome desta fonte?"
Lia - "Fontana di Trevi" Ela disse com um sotaque italiano maravilhoso.
Começamos a andar para perto da fonte e tirei mais fotos.
Lia - "Agora você vai fingir que vai beber essa água e disfarçadamente vai tirar esse copinho de vidro do seu sobretudo e enchê-lo depois tapá-lo com esta tampa"
Eu comecei a rir, mas ela insistiu e então eu fiz. Me afastei e ela fez o mesmo com outro copinho.
Eu - "Pode me explicar o por quê disto?
Lia - "Diz a lenda que você deve pegar um copo dessa água, mais precisamente desta parte da fonte (a ' fontanina degli innamorati') e  você e seu amado devem beber deste mesmo copo e depois quebrá-lo, então o amor de você se eternizará. Na verdade a história tem um soldado e amor de guerra envolvido mas isso não é importante pra nós."
Eu - "Seria válido se eu tivesse um amado"
Lia - "Aqui é a Itália meu amor, aproveite essa beleza e esse sotaque"
Eu - "Só você mesmo Lia"
Neste dia almoçamos em Roma e um amigo dela nos levou até uma casa dele em Nápoles. Ele queria nos levar para conhecer o restaurante da família dele. Nunca comi tanta pizza, foram dois dias seguidos.
No terceiro dia em Nápoles, quis deixar os dois mais tempo sozinhos então decidi andar pelo bairro (a casa dele era bem fácil de localizar, por isso não fiquei com medo de me perder). Tinha uma loja que vendia roupas e sapatos bem legais, então decidi comprar tênis para os meus pais que adoram fazer caminhada, um boné e uma blusa da seleção italiana para o meu pai.
 No final da rua desta loja, tinha uma ponte tão... perfeita, que tive que ir até lá para poder tirar fotos e guardar também a imagem na memória. Primeiro tirei foto dela numa distância considerável, depois fiquei em cima dela e tirei foto do rio ouvi uma gritaria vindo de uma praça e veio um casal daquela direção e passou por mim, perguntei o que estava acontecendo e eles me disseram que era um jogador que estava na cidade e os paparazzi estavam correndo atrás dele. Não liguei muito, afinal de contas este pessoal estava longe de mim, e então decidi descer e tirar uma foto que pegasse a ponte e o rio passando por baixo. Tirei uma foto com o foco na ponte e quando ia tirar uma foto com o foco no rio, apareceu um homem na minha frente vindo por debaixo da ponte. Dei um pulo para trás e ele fez um sinal para que eu ficasse quieta. Ele estava de calça jeans, sapato social preto, camisa social e blazer. Olhei para os lados para ver se alguém pudesse me salvar caso acontecesse algo, ele percebeu minha reação e pediu para que eu ficasse calma. Eu entendia italiano melhor do que eu falava e nossa conversa foi desse jeito:
Ele - "Por favor, não grite! Eu não sou um homem ruim e não irei te machucar."
Olhei para os lados com desespero.
Ele - "Por favor, me escute. Eu não vou te machucar... Aquele pessoal da praça está atrás de mim e eu preciso sair daqui sem ser visto por eles. Por favor me ajuda.
Eu - "Perdão mas eu não te conheço..."
Ele me olhou com uma cara de confuso e então sorriu. Achei estranho essa reação.
Ele - "Você não sabe o quanto é bom ouvir isso neste momento. Olhe, eu farei tudo o que você pedir se você me tirar daqui... posso fingir ser seu namorado. - fiz uma cara estranha- ou posso fingir ser seu irmão, mas acho melhor namorado porque eles não vão notar tanto." Ele piscou naturalmente, mas pude notar seus olhos brilhantes e azuis. Mordi os lábios em reprovação a mim mesma porque sabia que iria acabar o ajudando.
Eu - "Bem, você está muito bem vestido para ser uma pessoal qualquer e vejo sinceridade em você, mas se você for um homem ruim e for me matar, no mínimo escreva um bilhete para a minha família dizendo o quanto eu os amo." Ele pareceu assutado com as minhas palavras.
Ele - "Não. Não. Eu não irei fazer nada disso com você."
Eu - "Tudo bem então." Abri a bolsa e dei a blusa, o boné e o tênis que tinha comprado para o meu pai. Ele tirou o blazer e começou a tirar a blusa, fiquei envergonhada e virei o rosto para frente. Ele colocou a blusa da seleção (que seria muito mais fácil não ser reconhecido, pois era época de copa e metade das pessoas estavam com essa blusa), o tênis e por último o boné. Coloquei as coisas dele na sacola e fiquei segurando, se ele tentasse fugir com as minhas coisas, eu teria as dele (que eram de marcas bem caras por sinal).
Ele - "Estou com sede, mas não posso ficar parando em muitos lugares."
Lembrei que eu tinha levado o copinho com água para o caso de eu sentir sede e dei para ele. Ele deu um sorriso encantador, abriu o copo e bebeu a água, que aliás eu já tinha bebido um pouco.
Ele - "Muito obrigado. Agora preciso que você finja ser minha namorada, por favor..." Ele me deu seu braço como um cavalheiro e me olhou. Fiquei um pouco nervosa, mas algo me dizia para continuar e por fim cedi o meu braço á ele. Começamos a andar por uma rua do outro lado da praça e então ele começou a conversar comigo.
Ele - "Meu nome é Fábio e tenho 29 anos. Morei aqui em Nápoles por muitos anos da minha vida e voltei agora porque minha avó faleceu então pude ser dispensado do trabalho por 3 dias para ajudar a minha mãe com tudo. Esses paparazzi querem saber como eu estou e publicar algo sobre minha situação, mas eu não quero falar com nenhum dele nesse momento, então tive que correr até achar um lugar seguro... e você, que está me ajudando muito." - Ele beijou o dorso da minha mão e isso foi me causando arrepios até chegar em minha espinha.- "Qual o seu nome?"
Eu - "Meu nome é Aurora. Tenho 23 anos e sou brasileira, estou aqui na Itália para visitar um parente e aproveitar minhas férias."
Ele - "Eu amo o Brasil! Uma pena eu não poder visitá-lo como eu gostaria. Está gostando daqui?"
Eu - "Sim. Aqui é lindo e mágico."
Um casal passou por nós e pudemos ouvir o homem dizer algo relacionado ao Fábio e a mulher nos olhou com um olhar sorridente.
Ele - "Vamos virar nessa próxima rua e depois teremos que começar a correr. Eu poderia correr sozinho, mas se você ficar os paparazzi vão te massacrar e eu não quero que isso aconteça."
Viramos na rua, então ele me olhou, segurou minha mão e começamos a correr.  Na primeira rua que viramos o copo que estava no bolso do meu sobretudo caiu e se quebrou, olhei para trás e o vi em pedacinhos no chão, como não poderia fazer nada a respeito, continuei correndo. Paramos algumas ruas depois, eu estava ofegante e ele nem tanto.
Ele - "Me perdoe por isto." Fábio pegou sua carteira e me deu um nota. "Compre uma água ali" . Fui até a lojinha e comprei duas águas. Bebemos e nos acalmamos. Foi quando passou um homem que aparentava ser um paparazzi e então...
Ele - "Me perdoe por isto também." Ele colocou as mãos em meu rosto e me beijou. O homem nos olhou, mas passou direto, e eu fiquei paralisada.




p.s se quiser saber o que aconteceu em seguida e como continua/termina esta história, aguarde o próximo post :)

2 comentários:

  1. Noooooooossa amei o texto <3 o blog ficou muito fofo <3 tem tudo para dar certo >< bjs May

    http://olhardeumgaroto.blogspot.com/

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    1. Fico muuuuito feliz que tenha amado o meu texto *-* muito mesmo. Muito obrigada pelos elogios e apoio Gui *-*

      Xx.

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