quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quarta do conto.


Era um dia de inverno. Acordei com a mesma sensação que estou tendo a 2 semanas. Estou sendo aterrorizada por um pesadelo; um pesadelo sem base', sem explicação.
Na primeira vez que o tive não dei muito importância, afinal, estamos sujeitos a ter pesadelos e ele me parecia ser tão sem 'lógica'.
Ele começa assim: eu estou em um cômodo vazio e escuro, só existe um lampião no chão no outro canto. Eu fico com medo de ir até ele, mas chega um certo momento em que eu resolvo ir e quando chego no meio da sala surge um clarão muito forte que eu preciso tapar os olhos com o braço e quando eu os tiro eu já estou no que parece ser outro cômodo, agora um quarto com móveis muito antigos. Eu estou em frente a um baú ao lado da cama e ele está envolto em uma corrente com um cadeado, ambos me parecem ser bem resistentes e antigos. Eu fico ali, olhando para o baú durante um bom tempo e em seguida acordo. Foi assim, todas as noites durante 1 semana e 6 dias. Até que no dia em que completara 2 semanas o final do pesadelo foi um pouco diferente, eu fiquei olhando o baú durante um bom tempo, depois ouvi um barulho e um par de pés masculinos estava ao lado dos meus e eu acordo.
O dia seguinte inteiro eu fiquei pensando de quem poderia ser aqueles pés e nada, até que me veio a imagem daqueles pés novamente a cabeça e pude perceber que os chinelos que ele usara tinha um C' na correia, não eram antigos, é de uma marca que eu conheço e ela é relativamente nova, a Cloe's . Fui na internet para ver se realmente era isso. Descobri que sim, é da marca Cloe's e que este chinelo foi da coleção comemorativa, foi feito pelo aniversário da marca e só foram fabricados 50. Pensei em procurar os donos de cada chinelo desses, mas vi que foram vendidos para o mundo inteiro. Pensei, pensei, pensei, pensei e pensei novamente, até que resolvi ir atrás dos donos. Não foi muito difícil descobrir a quem pertenciam ($).
Assim que peguei a listagem, eliminei uns 15 (10 mulheres e 5 homens). Pesquisei sobre cada um e fui eliminando, foram dias muito cansativos que não percebi que tinha parado de ter pesadelos. Será que estava no caminho certo !?. Restou um. Uma cidade separava a minha casa da dele. Eu tinha que 'trabalhar' em um plano para ir até a casa dele, mas se ele fosse um bandido, um matador, casado e pior de tudo, e se ele não soubesse de nada?. Eu não poderia fazer nada a não ser arriscar. Fui, depois de 1hora e 15minutos cheguei a rua onde ele morava. Fui me lembrando de todas as minhas noites sem dormir tranquila, de todas aquelas cenas sem sentido, do quarto antigo, do baú, do cadeado, até que me veio algo na memória dei meia volta e fui 'correndo' voltar para casa.
Ao chegar em casa vasculhei todas as minhas coisas, gavetas, caixinhas até que a encontrei; a chave, chave que ganhei de uma senhora quando estava me mudando da minha primeira casa, ela era minha vizinha quando eu era pequenina, lembro bem do que ela disse ao me dar :" Não chore pois tudo isso vai passar, essa chave vai te fazer sonhar e logo depois vai te levar a um lugar onde você apenas sorrirá". Chave?Passar?sonhar? .. isso realmente me deixou desnorteada. Deitei na cama e acabei dormindo.
No dia seguinte decidi faltar mais um dia na faculdade, eu precisava fazer isso. Tentei lembrar do cadeado mas parecia que tinha um bloqueio, tentei novamente e nada. Fui tomar um bom banho. Sentei na cama, tentei relaxar e resolvi tentar novamente, com mais calma e consegui. Tinha um desenho da frente do cadeado, um desenho de uma chave parecida com a minha.
Não demorou muito para que eu estivesse novamente naquela rua. Cheguei em frente a uma porta verde com o número 720. Parei respirei fundo. Olhei a chave que estava pendurada em meu pescoço, ela tinha um número bem pequeno, segurei-na na mão para poder ver com clareza. Era 72. Olhei para a numeração da porta, olhei para chave e fui surpreendida por uma menina que abriu a porta. Me assustei. Ela olhou para mim dos pés a cabeça, jogou o que tinha na mão na lata de lixo e entrou novamente. Fiquei imaginando muitas coisas, se aquela realmente era a casa certa, se ela era casada com 'ele', ou era a filha dele, ela parecia ter 16,17 anos , não muito diferente de mim que tenho 18. Fiquei pensando em milhares de coisas ate que a porta se abre novamente e eu ainda estava parada ali, no mesmo lugar. Uma criancinha põe a cabeça para fora da porta, olha para mim e entra novamente. Imaginei que aquele menininha devia ser a filha dele, fiquei assustada, dei meia volta e fui embora. Quando estava chegando na metade da rua ouvi um grito, olhei para trás e vinha um menino correndo gritando para uma menina esperar. Só tinha eu na rua, mas resolvi continuar para ter certeza e ele gritou novamente. Parei e resolvi esperar, fiquei imaginando milhares de coisas que nem eu me encontrava em meus pensamentos. Quando deparei por mim, ele estava na minha frente olhando para mim.
- Você está bem ? - ele perguntou
- éer, sisim. - quase que não saiu nada.
Ele continuou me olhando e ergueu a mão como que fosse tocar em mim. Num impulso dei um passo para trás. ele parou e continuou em seguida, pegou em meu cordão e ficou analisando. Ele parecia mais perplexo do que eu naquele momento.
- É você mesmo? - disse largando o cordão.
- Como assim? - não tinha entendido a pergunta.
- Quer dizer, é óbvio que é você - ele deu um sorriso sem graça - é que é um pouco estranho para mim, imagino que para você seja mais..
Fiquei sem reação. Não saía nada da minha boca.
- Ei, você está bem? ei..
[E então eu desmaiei. Acordei em um lugar estranho. Fechei os olhos novamente para ver se eu acordava, os abri e nada, ainda estava lá. Olhei ao redor, cada detalhe. Aquele lugar não me era estranho. Sim, era o mesmo quarto dos meus sonhos, só que muito mais arrumado, com papéis de paredes, tons claros, a mobília parecia a mesma, só que em um bom estado. Fui virando o rosto devagar, até que .. ele não estava lá, o baú.]
- Está melhor May? [ levei um susto e sai da cama. Era 'ele'. Que agora estava com uma cara de quem se sentia culpado.]
- Me desculpe, não foi minha intenção, eu deveria ter batido na porta me desculpe...
- Calma, eu me assusto facilmente. Agora tire essa carinha de culpado. [sorrimos um para o outro. Parecia que eu já conhecia ele a muito tempo. Com certeza era ele em meus sonhos. Olhei para os pés dele. Ele estava de tênis.]
- Ah, eu esqueci de tirá-los. É porque foi tudo tão rápido. - me lembrei que tinha desmaiado.
- Agora estamos quites, um deu um susto no outro. [ ambos sorriram.]
- Bem, preciso que veja uma coisa, acho que você já deve imaginar o que é. - ele fez um sinal para que o seguisse. [Passei em frente a um quarto onde a menina que aparentava ser da minha idade estava ajudando a menor com algumas roupas que estavam na cama . Ele me viu olhando e deu um sorriso tímido, retribui.]
- São minhas irmãs. Jasmim tem 16 e Zara tem 5. [ Eu me enganei. Isso me fez lembrar que eu não sabia o nome dele, mas resolvi esperar. Estávamos de frente a uma porta, ele pegou uma chave em seu bolso e abriu a porta. Ele entrou e acendeu a luz. Parecia um antigo escritório, tinha uma estante com alguns livros, uma mesa com uma cadeira de costa para uma janela grande, um pouco de poeira e lá estava ele, no chão abaixo da janela. O baú. Ele parou próximo e ficou olhando para mim.]
- Posso te fazer outra pergunta? - disse .
- Se for quanto a te dar um tempo para pensar, e depois você abri-lo tudo bem, eu espero.
- Não, não é isso, eu queria saber seu nome.. - ele deu meio sorriso.
- Perdão. É porque eu já sei tanta coisa sobre você que esqueci que você não sabe nada sobre mim. Meu nome é Miguel e tenho 20 anos. - ele sorriu.
- Espere. Você sabe mais de mim do que eu de você e ainda vou ter que abrir este baú!? - Sisim, quer dizer,a chave está com você não está!.. [ele disse olhando para um pedaço de ferro pendurado em meu pescoço. nunca pesou tanto assim, parecia que estava carregando 2 kg no meu pescoço.]
- É... claro .. - segurei-a em uma das mãos. A tirei do meu pescoço, sentei de frente para o baú e fiquei o olhando por alguns segundos. Miguel sentou-se ao meu lado e me olhou. Eu diria que pela sua expressão, ele estava apreensivo. Me pareceu que ele iria dizer algo mais desistiu.
- O que você ia dizer? [estava curiosa. Ele parou por alguns segundos olhando para o baú. Imaginei que não tivesse me escutado.]
- Um pouco antes de completar 2 anos, minha avó disse a minha mãe que um bebê teria um sinal de nascencia igual ao dela. Minha mãe não entendeu o motivo dela estar falando aquilo, pois ela sabia que o bebê que tinha o sinal igual ao da minha avó era eu. Ela disse isso a minha avó, mas ela apenas sorriu e disse: " eles se completam" e então foi brincar comigo. Minha mãe ficou mais confusa ainda e foi contar ao meu pai o que a mãe dele tinha dito. Ele perguntou onde ela estava e foi até ela. Eles conversaram durante um bom tempo. Eles nunca disseram sobre o que conversaram naquele dia. [ ele fez uma cara de frustrado, como se estivesse relembrando de algo. Olhou pra mim e continuo.]
- .. Ano passado, quando minha avó estava no hospital ela ficou comigo a sós no quarto. Ela contou que quando tinha 17 anos teve sonhos estranhos e ela não os compreendia. Teve-os durante 1 mês e só depois entende-los. Ela demorou quase 1 ano para encontrar o meu avô, pois eles moravam em estados bem distantes. Ela também disse que esse ano uma menina iria me procurar como ela procurou o meu avô e me deu um envelope; dentro dele havia uma foto e atrás dela tinha algo escrito, assim que terminei de ler, olhei para ela. Ela sorriu e se foi.
[eu fiquei imaginando que agoniante devia ter sido para ela, esse tempo todo tendo pesadelos e sem a pessoa amada..]
- Era você que estava na foto e nela estava escrito com a letra da minha avó o seu nome e que eu não deveria te procurar e sim te esperar. Esperar a menina que me completaria. [agora ele olhava bem dentro dos meus olhos. Ele ergueu o braço na minha direção e o virou. Olhei um pouco confusa. No pulso esquerdo dele tinha um sinal parecido com o que eu tinha no pulso direito, então coloquei o meu perto ao dele. Era incrível como formava perfeitamente um coração. Ficamos pasmo com tamanha perfeição e começaram a cair lágrimas dos nossos olhos. Ele entrelaçou seus dedos ao meus deixando nossas mão unidas.]
- Você me promete que independente do que tenha aqui dentro você não vai me abandonar? Promete que não vai largar minha mão e partir meu coração? [ ele disse olhando para as nossas unidas.]
- Sim. Eu prometo. Prometo jamais partir seu coração.
[ Abri o baú. Ambos ficamos pasmos. Não era possível aquilo. Ele me fitou como se esperasse que eu mudasse de idéia.
- Eu prometi. Eu não vou e não quero voltar atrás.
- Mas não tem nada aqui.. e ela sempre disse "as aparências enganam e a beleza está nos olhos de quem vê". Realmente. Só não esperava que fosse terminar assim. [Eu sorri para ele]
- Realmente, não pode terminar assim. [ Dei um beijo nele. Ele sorriu e depois começou a mexer no baú repetindo para si mesmo a frase da avó dele " as aparências enganam...". Ficou mexendo por 1 minuto e então começou a puxar o que parecia ser um fundo falso. Ela tinha razão. Dentro dele tinha vários objetos que aparentavam ser valiosos e de grande apresso. Mas ele parecia estar procurando algo. Achou. Uma caixinha linda de prata com detalhes em ouro e diamantes. Ele a abriu. Era um anel lindo, que brilhava mais do que a caixinha. Era lindo.]
- May, quer se casar comigo?
[ Fiquei o olhando e comecei a relembrar de tudo que passei. Comecei a ligar detalhes que não tinha notado, aquele rosto angelical, aquele sorriso...]
- Você estava 'lá' o tempo todo, em vários momentos da minha vida. Era você..
- Eu não conseguia ficar longe de você. Contava cada segundo para te rever..
- Sim. Eu caso com você. [ Ambos demos aquele sorriso. Ele colocou o anel em meu dedo, beijou nossas mãos e me deu aquele beijo, que me fez fechar os olhos.Parecia um sonho, o sonhos mais lindo de todos que tive até hoje. Quando abri os olhos, eu não estava mais lá, era outro lugar que não reconheci. Tinha um banco e elegantemente estavam sentados os pais dele e as irmãs. Miguel estava na minha frente, lindo como sempre. Mas eu estava confusa e perguntei a ele onde estávamos, ele continuou sorrindo e disse :" olhe para você. Veja como está linda!". Quando olhei para mim mesma... realmente, eu estava linda e vestida de noiva. Olhei para ele novamente, agora radiante, não conseguia parar de sorrir. Ele pegou nossas mãos e as beijou.]
- Para sempre e sempre.

O amor estava em cada pequeno detalhe daquela frase.
E assim ficou consumado o nosso amor. Para sempre e sempre.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A terça do escritor.


“Eu sou feita de sonhos interrompidos, detalhes despercebidos, amores mal resolvidos. Sou feita de choros sem ter razão, pessoas no coração, atos por impulsão. Sinto falta de lugares que não conheci, experiências que não vivi, momentos que já esqueci. Eu sou amor e carinho constante, distraída até o bastante, não paro por instante. Já tive noites mal dormidas, perdi pessoas muito queridas, cumpri coisas não-prometidas. Muitas vezes eu desisti sem mesmo tentar, pensei em fugir para não enfrentar, sorri para não chorar. Eu sinto pelas coisas que não mudei, amizades que não cultivei, aqueles que eu julguei, coisas que eu falei. Tenho saudade de pessoas que fui conhecendo, lembranças que fui esquecendo, amigos que acabei perdendo. Mas continuo vivendo e aprendendo.”

( Martha Medeiros.)


Eu gosto bastante deste pequeno texto. A primeira vez que o li eu não sabia a quem pertencia, mas gostei bastante e resolvi ir ver de quem era e enfim, postar aqui. Espero que gostem, assim como eu.

.Baiser ;*



P.S: Todas as terças colocarei 'um fragmento' de algum escritor . ;*

segunda-feira, 23 de maio de 2011


Beat on Monday.

Bem, como 'todos' sabem, a segunda nunca foi muito aceita na sociedade ne, acho que podemos dizer que a segunda-feira sofre bullying' . A maioria das pessoas (99.9%) não curte muito a segunda, ou melhor, a detestam.
Algumas pessoas me disseram que para a segunda melhorar eu deveria escutar músicas agitadas. Escutei de todos os tipos, pois bem, não funcionou; até heavy metal eu escutei -qqq . Outras pessoas me disseram que era para ouvir músicas clássicas... já sabem o resultado ne ZzZz..( ministério da saúde adverte: música clássica na segunda-feira dá sono).
Não demorou muito para que eu descobrisse que o certo (para mim), era escutar músicas calmas. Se você é parecida(o) comigo, vai ai abaixo uma lista de 5 músicas para escutar no decorrer desta segunda- feira .

Beat on monday.

1. Mcfly - "The end"
2. John Mayer - "Dreaming with a broken heart"
3. John Mayer - "Friends, lovers or nothing"
♫ 4. Keane - " Everybody's changing"
5. Marcelo Camelo e Mallu Magalhães - "Janta"

P.s: Espero que gostem. Eu vou estar colocando algumas músicas aos domingos. Tudo por uma segunda melhor. ;*

sábado, 21 de maio de 2011

O tempo passa.

Esperava que o tempo me esperasse.
Errei.
Me perdoe' todos aqueles que deixei para atrás, foi necessário para que eu pudesse prosseguir. Só ficaram comigo aqueles que realmente eu sabia que iriam me fazer bem. Sim, foram poucos, mas quando eu quiser lembrar no futuro de coisas boas que vivi', eu vou lembrar deles.
O tempo passou e parece que nada mudou, mas vejo detalhes jamais vistos antes, detalhes que talvez deveriam ter sido apreciados, aprimorados ou deletados. Mudei minha 'visão de jogo' e de vez em quando modifico alguns 'jogadores' ou excluo.
O tempo passou e deu tchau para mim, hoje dia me vejo tentando correr atrás de tempo mas me parece que ele brinca de pique-esconde comigo, por isso dei um nome ao "meu tempo" : Osama Bin laden. Apelido: Bin.
Deixei o bin' passar. Corro atrás de bin'... enfim, quando ver o bin novamente, vou 'tratá-lo bem' para que ele não se esconda de novo.